Matematicamente

eu misturei você, samba e Cazuza, vai que servia, vai que curava, vai que bastava. mentira. enganei mil outras camas, tomei mil outras doses, jurei mil outros nomes; que bobeira é essa de não achar que o universo é digno da nossa injúria, da nossa falta de vergonha? todos esses pecados são seus, meus; são vírgulas e reticências na nossa relação textual-distinta-física-maldita. matematicamente eu deveria estar zilhões de metros longe de você, mas temos um magnetismo barato como imãs de farmácias com corações abertos vinte e quatro horas pra medicar-nos da ausência intragável que realmente jogamos na rotina um do outro. a verdade é que eu te enrolo em pedaços de texto mal pontuados pra que você fique confuso e atrapalhado na minha frase incomum da vida. futuro não há, destino não há e cura, nem pensar. mas prometemos os filhos e os netos e bisnetos e o pseudo-infinito casual pop nas nossas conversas de segundas e cumpriremos seja lá de que jeito. somos o último ato, um fato, um contrato (sem data de validade, vá entender). não nos cabe saber. 

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