coraline?
Gatos não têm ombros, não como as pessoas; mas ele encolheu-se em um movimento suave que começava na porta do rabo e terminava no gesto de elevação dos bigodes.
- Eu sei falar.
- Lá em casa, os gatos não falam.
- Não? - perguntou o gato.
- Não - respondeu Coraline.
O gato pulou gentilmente do muro para a grama perto dos pés de Coraline. Olhou-a fixamente.
- Bem, é você a especialista - disse o gato secamente - Afinal, que eu sei? Sou apenas um gato.
Foi se afastando com a cabeça e a cauda erguidas orgulhosamente.
- Volte - disse Coraline. - Por favor, desculpe-me. Sinceramente, desculpe-me.
O gato parou de andar, sentou e começou a se lamber pensativo, aparentemente sem perceber a existência de Coraline.
- Nós.. poderíamos ser amigos, sabe? - disse Coraline.
- Nós poderíamos ser espécimes raros de uma raça exótica de elefantes africanos - respondeu o gato. - Mas não somos. Pelo menos - acrescentou felinamente depois de disparar um rápido olhar para Coraline -, eu não sou.
Coraline suspirou.
- Por favor, qual é o seu nome? - perguntou ao gato. - Olha, sou a Coraline. Tá?
O gato bocejou lenta e cuidadosamente, revelando uma boca e uma língua de um rosa impressionante.
- Gatos não têm nomes - disse.
- Não? - perguntou Coraline.
- Não - respondeu o gato. - Agora, vocês pessoas têm nomes. Isso é porque vocês não sabem quem vocês são. Nós sabemos quem somos, portanto não precisamos de nomes.
(...)
A senhorita Forcible e a senhorita Spink estavam agora representando algumas cenas. A senhorita Forcible, sentada sobre uma escadinha, e a sonhorita Spink, de pé junto ao primeiro degrau.
- Que importância tem um nome? - perguntou a senhorita Forcible. - Aquilo a que chamamos rosa qualquer outro nome teria o perfume igualmente doce.
- Eu sei falar.
- Lá em casa, os gatos não falam.
- Não? - perguntou o gato.
- Não - respondeu Coraline.
O gato pulou gentilmente do muro para a grama perto dos pés de Coraline. Olhou-a fixamente.
- Bem, é você a especialista - disse o gato secamente - Afinal, que eu sei? Sou apenas um gato.
Foi se afastando com a cabeça e a cauda erguidas orgulhosamente.
- Volte - disse Coraline. - Por favor, desculpe-me. Sinceramente, desculpe-me.
O gato parou de andar, sentou e começou a se lamber pensativo, aparentemente sem perceber a existência de Coraline.
- Nós.. poderíamos ser amigos, sabe? - disse Coraline.
- Nós poderíamos ser espécimes raros de uma raça exótica de elefantes africanos - respondeu o gato. - Mas não somos. Pelo menos - acrescentou felinamente depois de disparar um rápido olhar para Coraline -, eu não sou.
Coraline suspirou.
- Por favor, qual é o seu nome? - perguntou ao gato. - Olha, sou a Coraline. Tá?
O gato bocejou lenta e cuidadosamente, revelando uma boca e uma língua de um rosa impressionante.
- Gatos não têm nomes - disse.
- Não? - perguntou Coraline.
- Não - respondeu o gato. - Agora, vocês pessoas têm nomes. Isso é porque vocês não sabem quem vocês são. Nós sabemos quem somos, portanto não precisamos de nomes.
(...)
A senhorita Forcible e a senhorita Spink estavam agora representando algumas cenas. A senhorita Forcible, sentada sobre uma escadinha, e a sonhorita Spink, de pé junto ao primeiro degrau.
- Que importância tem um nome? - perguntou a senhorita Forcible. - Aquilo a que chamamos rosa qualquer outro nome teria o perfume igualmente doce.
Neil Gaiman
Coraline
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